22 de dezembro de 2016

Mais uma mensagem XIII


Passava pouco das duas da tarde quando Sofia e Filipe saíram do estacionamento perto do centro comercial M Bica e rumaram até suas casas. Acenaram um último adeus com sorrisos rasgados de felicidade e excitação... já não eram uns adolescentes, mas pareciam!
Sofia seguia rumo a Corroios onde vivia com os pais e com a Ritinha e fazia uma lista mental sobre o que ainda tinha de preparar para levar para a praia. Queria levar um livro qualquer.... para não estar sempre a olhar para o surfista que lá ía estar, a provocá-la com aqueles abdominais, com aquele sorriso ladeado pelos lábios mais bonitos que Sofia já tinha visto! Estava a ficar muito calor ou seria apenas a adrenalina a correr nas suas veias?
Na rádio tocava MrJones dos Counting Crows e Sofia aumentou o volume até fazer estremecer a manete das mudanças. Parada num sinal vermelho encetou uma dança possível para quem está sentada ao volante dum carro. Olhou pelo retrovisor e não quis acreditar... a carrinha pão de forma estava mesmo atrás de si... "mas então o gajo não ía para casa"? - questionou-se Sofia olhando para trás para o loiro sorridente que a seguia. Assustou-se com o som estridente da buzina da carrinha ... Filipe avisava-a que o semáforo tinha passado a verde.
Sofia levantou o braço direito e esticou-lhe o dedo do meio sorrindo e lá arrancou. Durante todo o trajeto até casa foi "seguida" por ele e logo se apercebeu da sua intenção... e se não era a sua intenção, então seria a dela. Sentia-se estranhamente pronta para estar com ele a sós onde pudessem transformar as fantasias em realidade.
Sofia estacionou em fente da pastelaria Charme e Filipe conseguiu lugar do outro lado da estrada. Apearam-se quase em simultâneo e Sofia, olhando para o surfista, colocou o dedo indicador à frente dos lábios, pedindo precaução. Ele acenou demonstrando que percebera... Não iam dar nas vistas.
Seguida de perto mas com uma distância controlada encaminharam-se rapidamente para a porta do prédio. Sofia desastradamente deixa cair as chaves quando tentava abrir a porta. Baixou-se para as apanhar e percebeu o olhar curioso e descarado do surfista para as suas torneadas e morenas pernas. Sorriu envergonhada, mas divertida, enquanto abria a porta do prédio. O hall de entrada todo revestido a azulejo mantinha uma temperatura fresca e bem mais agradável do que a que se sentia lá fora, no entanto, aqueles dois corpos que estavam a segundos de se tocarem... ardiam de excitação.
Seguiram até ao elevador em silêncio, porém, quase que se ouvia o bater acelerado dos dois corações inquietos e sedentos. Filipe apressou-se a carregar no botão de chamada do elevador ficando depois de costas para o mesmo e de frente para Sofia. Pegou-lhe no braço com determinação e puxou-a bruscamente de encontro a si... "Deixas-me doido" sussurrou-lhe ao ouvido, deixando Sofia arrepiada e com a respiração ainda mais ofegante. Agarrando-a pelas costas apertou-a ainda mais contra si e beijou-lhe a curva do pescoço... Sofia sentia a barba de dois dias arranhar-lhe o pescoço e sabia tão bem... Fechou os olhos e apreciou a sensação que percorreu o seu corpo e a fez estremecer por dentro.
Ouve-se o ruído do elevador a chegar e os dois corpos ansiosos pelo doce prazer da carne afastam-se contrariados. Queriam ser só um corpo. Queriam ser o encaixe perfeito e nada mais interessava naquele momento. Entraram no elevador de mão dada e já não sorriam... as suas faces, ruborizadas pelo sangue que corria nas veias a uma velocidade vertiginosa, demonstravam sede e fome um do outro. Os seus olhares tornaram-se selvagens e quase irracionais. Ali já ninguém era racional... o instinto animal ditava as regras.
Botão de quinto andar carregado, portas fechadas e dá-se o beijo de tirar o fôlego a qualquer um deles. Filipe, descontrolado, deixa que, finalmente, as suas mãos agarrem nas mamas de Sofia  apertando-as suavemente... fazendo soltar na sua parceira, um gemido de prazer por entre o beijo molhado, sedutor e carnal. Sofia passava as suas mãos pelas costas enormes do surfista e nem conseguia pensar direito... apenas sentia e queria continuar a senti-lo.
Elevador parado, porta aberta e de novo têm de se afastar um do outro.
- Anda... não pensemos se está certo ou errado - diz Sofia ao surfista enquanto se dirigem rapidamente à porta de sua casa.
- Eu não tenho dúvidas nenhumas... - disse Filipe dirigindo um olhar doce à sua nova conquista - quero ter-te nos meus braços... já! - disse passando suavemente a mão pelos longos cabelos de Sofia e mordiscando o lábio, antecipando na sua mente tudo o que queria fazer com aquela morena sensual.
Sofia rodou a chave para abrir a porta e estranhou que a mesma estivesse destrancada... Abriu-a devagarinho com o coração sobressaltado e viu a sua irmã a sair da casa de banho... "merda"...
- Sofiaaaa, namorado novo??? - quase gritou Rita com um grande sorriso olhando curiosa, ora para a irmã ora para o surfista, que parecia assustado com o que se estava a passar...
"Que bela maneira de conhecer a cunhadinha... dassss" pensou o surfista enquanto toda a sua excitação descia vertiginosamente, aguardando por uma nova oportunidade...

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